Fortificação de Alimentos surge como uma estratégia crucial e eficaz para combater a desnutrição em Moçambique. Essa abordagem permite a adição controlada de nutrientes essenciais, como vitaminas e minerais, a alimentos básicos consumidos pela população em larga escala, como farinha, óleo, açúcar e sal.
A Fortificação de Alimentos não apenas melhora o acesso da população a nutrientes vitais, mas também é uma estratégia de saúde pública comprovada para combater deficiências nutricionais em larga escala. Ao integrar nutrientes essenciais na dieta diária, a fortificação pode contribuir significativamente para melhorar a saúde geral, reduzir a incidência de doenças relacionadas à nutrição e fortalecer o desenvolvimento físico e intelectual das crianças.
A meta desta estratégia de fortificação de alimentos é “acelerar a aceitação da fortificação pela indústria de alimentos e fortalecer o programa geral de fortificação de alimentos, a fim de alcançar uma cobertura familiar de 80% de alimentos adequadamente fortificados”
Apesar de não se ter atingido a meta na sua totalidade, pode-se observar alguma evolução no Programa de Fortificação de alimentos de Moçambique. Por exemplo, a maioria das indústrias alimentares está a aumentar a sua capacidade de fortificar os seus produtos (óleo de cozinha, sal, farinha de milho, farinha de trigo e açúcar), especialmente a indústria de grande escala, o que resulta no aumento da disponibilidade de alimentos fortificados no mercado.
Este objectivo seria alcançado através de cinco objectivos estratégicos distintos numa abordagem multissectorial, a saber:
O Governo de Moçambique aprovou em 2016 o Decreto N°9/2016 sobre Regulamento de Fortificação de Alimentos, com micronutrientes industrialmente processados, que obriga a fortificação da farinha de trigo e farinha de milho com ferro, zinco, ácido fólico e vitamina B12, sendo a (vitamina A, vitamina B-1, B-2, B3 e B-6 opcionais nas farinhas); açúcar com vitamina A, óleo alimentar com vitamina A (e D) e Sal com Iodo. O Decreto procurou ainda fortalecer o programa de iodização do sal que já existia no país criado por Diploma Ministerial de 2000.
A fortificação obrigatória desses alimentos foi necessária como forma de contribuir para redução das
deficiências de micronutrientes, especialmente em Iodo, ferro, vitamina A, zinco e outros, observadas na
população (IDS,2011), em crianças e mulheres em idade reprodutiva