0 Comments

O sector avícola nacional está em consolidação, com o surgimento e crescimento de empreendimentos, em todas as províncias, que estão a contribuir, cada vez mais, para reduzir o défice em termos de disponibilidade e acesso à proteína de origem no frango.

128 mil toneladas: quantidade de frango necessária, para o país ser autossuficiente, em 2019
109 mil toneladas: quantidade de frango produzida no país, em 2018
14.6% (16 mil toneladas): contributo de Nampula, na produção de frangos em 2018
Fonte: PNISA

No âmbito da adesão de novos membros à Rede, O SBNMOZ visitou e conversou com os gestores da empresa Novos Horizontes de Moçambique (NHM), para saber mais das suas iniciativas no sector e do seu contributo para a melhoria da nutrição em Nampula. A NHM foi fundada em 2005, como uma operação integrada de frangos de corte. No início de 2006, a NHM iniciou as operações na sua fábrica de incubação e produção de ração animal, tendo os primeiros criadores sido estabelecidos em 2007. Em 2008, foi comissionado o matadouro. A NHM está, presentemente, a actuar em toda cadeia de valor da avicultura, estando a investir na expansão do matadouro e certificação HACCP, para melhor servir o consumidor nacional.

SBNMOZ: Dada uma abordagem em que o desenvolvimento rural e local é impulsionado pelas estratégias de inclusão social e empoderamento económico, como é que a NHM promove os pequenos produtores locais?

NHM: A NHM fornece pintos, insumos como ração e medicação, bem como assistência técnica e treinamento em avicultura às comunidades locais. Os ‘’outgrowers’’ ficam responsáveis pelas aves até que atinjam a idade para abate, depois as aves são compradas pela NHM e os ‘’outgrowers’’ recebem os lucros, retirando-se os custos da aquisição do lote de pintos, ração e medicação. Esta iniciativa tem ajudado a melhorar e impactar, de forma positiva, as comunidades com as quais temos trabalhado.

SBNMOZ: Como é que a NHM, na qualidade de membro da Rede e, assumindo compromissos claros, pretende abordar e enfrentar os desafios da malnutrição, como oportunidade de negócios nos próximos 5 anos?

NHM: A NHM pretende trabalhar lado-a-lado com a Rede e com mais parceiros estratégicos, para fornecer produtos necessários e de qualidade aos mercados, pois acreditamos que, dando a Moçambique o que o país realmente precisa, podemos ajudar a combater ou mesmo a malnutrição no país.

SBNMOZ: A questão do custo e dos mitos à volta de alguns dos alimentos que a NHM produz ainda são uma barreira para os consumidores locais. Como é que a NHM tem lidado com estas barreiras, para as ultrapassar e ainda assim garantir a disponibilidade e consumo desses alimentos?

NHM: Contamos com o apoio de profissionais qualificados e com experiência em trabalhos comunitários, para treinar e consciencializar as comunidades, como forma de desmitificar certas ‘’verdades’’ adquiridas pelas nossas comunidades. No princípio, enfrentámos certa resistência, mas ao ver a melhoria na vida dos que se disponibilizavam, muitas famílias procuram por nós, para aprender e desenvolver.

SBNMOZ: As dietas pobres no local de trabalho, incluindo o fraco acesso à informação sobre boa alimentação e nutrição, podem custar aos países uma perda de produtividade em cerca de 20% devido à desnutrição. Como sector privado, qual é a opinião que a NHM tem em relação ao impacto das escolhas alimentares (nutrição) para o seu negócio?

NHM: Acreditamos que as escolhas alimentares podem ter impacto no desempenho dos nossos colaboradores e, consequentemente, na produtividade da empresa como um todo. E temos a expectativa que os nossos colaboradores recebam alimentos que garantam energia e nutrição para as suas actividades. A NHM tem fornecido alimentação no trabalho a todos colaboradores, nas suas duas unidades de produção de Rapale e Namicopo, o pequeno-almoço e o almoço e, neste momento, estamos em processo de firmar uma parceria com uma associação de produtores de vegetais, como forma de diversificar e melhorar a alimentação dos nossos colaboradores.

SBNMOZ: Como membro do SBNMOZ, desde 2019 e membro das Comunidades de Práticas, há mais tempo, quais são os benefícios e ou contrapartidas que a NHM identificou e que afectaram ou influenciaram o seu negócio?

NHM: No passado, a NH enfrentou grandes dificuldades na aquisição de matéria-prima de qualidade e para testes laboratoriais mais complexos e completos requeridos para uma indústria tao sensível quanto a alimentar.

SBNMOZ: Para além do apoio já prestado pelo SBNMOZ, de acordo com a sua estratégia, quais são os pontos de estrangulamento que, como sector privado, a NHM considera relevantes e que a Rede poderia apoiar, para aumentar a oferta e demanda por alimentos nutritivos, bem como melhorar a capacidade dos pequenos e médios empresários locais, sempre olhando para a sua estratégia?

NHM: A NHM gostaria que a Rede apoiasse na apresentação do nosso novo produto, a Galinha Africana, aos potenciais clientes, ao longo do país e mundo, e também apoio na educação de mais comunidades, para o consumo ideal da proteína animal (frango e ovo), pois a nossa visão é expandir para outros cantos de Moçambique.

Share:

Categories:

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *